terça-feira, 7 de maio de 2013

O PETRÓLEO É NOSSO !!


Licitação de áreas de petróleo recebe críticas


Em debate na Comissão de Infraestrurura, especialistas defendem suspensão da rodada de licitações que a Agência Nacional do Petróleo deve fazer na semana que vem
Mauricio Tolmasquin (E), Ildo Sauer, Fernando Collor, Adilson de Oliveira e Eduardo Autran em audiência na CI
Especialistas defenderam a suspensão da 11ª Rodada de Licitações de áreas de petróleo que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) deverá fazer na semana que vem. Eles participaram de painel sobre o tema “Combustíveis líquidos e gases: petróleo e gás natural”, em audiência promovida pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).
O professor Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), considerou precipitada a decisão da ANP, “sobretudo por não estar acompanhada de estimativas confiáveis do potencial de produção das áreas em licitação”.
Para Sauer, o Brasil, antes de se preocupar com a conversão das jazidas da camada pré-sal em moeda, deveria formular um plano nacional de ­desenvolvimento econômico e social e, a partir dos objetivos traçados nesse projeto, utilizar a riqueza do petróleo para investir na melhoria da educação e da saúde públicas, da infraestrutura e do saneamento básico, entre outros setores.
O professor Adilson de Oliveira, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avaliou como precipitada a iniciativa da ANP de licitar áreas de xisto betuminoso. Segundo ele, o Brasil deve buscar concentrar esforços no desenvolvimento de tecnologia para exploração do petróleo do pré-sal, reservando as jazidas de xisto para utilização no futuro, quando as tecnologias de exploração forem liberadas pelos Estados Unidos. O professor atribuiu a depreciação das ações da Petrobras a uma política de gestão equivocada do governo federal, “que frequentemente privilegia fatores conjunturais em detrimento dos interesses estratégicos da companhia e do país”.
Eduardo Autran de Almeida Junior, gerente-executivo de Abastecimento e Logística da Petrobras, atribuiu o recente aumento das importações de gasolina ocorrido no país ao crescimento atípico da economia brasileira ocorrido a partir de 2008. De acordo com o representante da Petrobras, a empresa sempre trabalhou com previsões de taxas de crescimento do consumo de combustíveis próximas do produto interno bruto (PIB), correlação que deixou de existir nos últimos anos.
Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apresentando estudo sobre a evolução da oferta e demanda de combustíveis para os próximos nove anos, descartou a possibilidade de ocorrência de falta desses insumos no período. Segundo ele, o gás natural, por exemplo, deverá ser suficiente para atender a demanda.
Jornal do Senad
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