quinta-feira, 19 de setembro de 2013

EQUADOR - PRESIDENTE RAFAEL CORREA VISITA NACIONALIDADES INDÍGENAS


Adital
Humberto Cholango, presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), considerou a visita do presidente Rafael Correa ao povo huaorani, na localidade Sucumbíos, Amazônia equatoriana, nesta terça-feira, 17 de setembro, uma sinalização de abertura para atender às demandas dos indígenas. Correa acompanhou a assembleia dos huaorani dias depois de ter anunciado a autorização para exploração de petróleo no Parque Yasuní, decisão que vem sem objeto de protesto por parte de ambientalistas e dos povos indígenas que habitam a região, um deles os huaorani.
saveamericasforests.org"Esperamos que seja [a visita] para uma mudança radical na relação Estado-povos indígenas, que permita a construção da plurinacionalidade e do bem estar, e não seja somente por interesse de explorar o petróleo em Yasuní ou aproveitar a oportunidade para continuar injuriando os dirigentes indígenas”, declarou Cholango.
A Conaie denunciou ainda que o governo equatoriano estaria prometendo melhorias na saúde, educação e geração de empregos na região com a condição de que as populações apoiem a extração de petróleo, particularmente no bloco ITT de Yasuní (Bloco 43 Ishpingo–Tiputini–Tambococha), localizado na parte norte do Parque. "A relação do Estado com a Amazônia sempre foi guiada por razões e interesses alheios aos dessa região equatoriana, a Amazônia entrou no território nacional de maneira definitiva quando se descobriu petróleo. No entanto, essa entrada se deu unicamente como fonte de extração de recursos naturais. Antes nunca houve um interesse nacional pela Amazônia”.
O governo explica que abrir mão da chamada Iniciativa Yasuní, que previa a preservação dos recursos petrolíferos da região contra os efeitos da mudança climática, teria sido uma decisão "complicada e difícil”, tendo em vista que não houve uma contrapartida por parte da comunidade internacional. Segundo informações oficiais, o governo equatoriano esperava arrecadar, com o apoio da comunidade internacional, 3,6 bilhões de dólares para deixar o petróleo intacto, mas só conseguiu arrecadar 13,3 milhões, ou seja, apenas 0,37%. A Iniciativa Yasuní foi proposta às Nações Unidas por Rafael Correa em 2007, no intuito de manter inexploradas as reservas estimadas em 920 milhões de barris de petróleo. De acordo com o governo, o aproveitamento do petróleo de Yasuní afetará menos de 1% do Parque.