quinta-feira, 19 de junho de 2014

BAGDÁ URGENTE !

A estrada para Bagdá


Enquanto o mundo acompanha os jogos da Copa 2014, disputada no Brasil, as agências internacionais informam, em despachos urgentes, que rebeldes islâmicos sunitas se encontram há apenas algumas dezenas de quilômetros da capital iraquiana.

Há poucos dias, combatentes do EIIL - Estado Islâmico do Iraque e do Levante, capturaram Tikrit e Mossul, no norte do país, e em rápido avanço, tomaram em seguida Raqqa, Tal Afar, Suleiman Beg e Falluja. Ontem pela manhã, eles  cercavam Baquba, que, se cair também em suas maõs, lhes dará acesso à estrada que, ao longo de 60 quilômetros, os separa dos subúrbios de Bagdá.

Surpreendidos e desnorteados pela rapidez dos acontecimentos, os EUA, como já ocorreu antes, quando tiveram que abandonar, ás pressas, o Vietnam e a Somália, anunciaram o envio de 275 soldados para “proteger” seu corpo diplomático - quando na verdade eles podem estar indo para lá para organizar e cobrir sua retirada - no que pode ser o capítulo final de uma enorme tragédia que teve início com duas farsas: a do não comprovado envolvimento do regime de Saddam Hussein com os até hoje também não esclarecidos ataques de 11 de setembro de 2002; e a mentira sobre a existência, no Iraque, de “armas de destruição em massa” que nunca  foram encontradas.

Impossibilitado, pela própria opinião pública norte-americana - que não quer nem saber de falar em guerra - de se envolver diretamente com o conflito, os Estados Unidos falam em usar drones para atacar os rebeldes, e se dividem quanto a eventual cooperação com o vizinho estado iraniano, que por ser também xiita, simpatiza com o atual Primeiro-Ministro iraquiano, Nouri Maliki.

Chega a ser irônico que os EUA, agora, falem em proteger a “estabilidade” do Iraque. A intervenção norte-americana no país não foi somente injusta, cruel, absurda e desnecessária. Ela transformou-se em um verdadeiro fiasco moral, militar e econômico para os Estados Unidos.

No dia 16 de março de 2003, pouco tempo antes da invasão, o então Vice-Presidente de Bush, Dick Cheney, afirmou, em um encontro com a imprensa na Casa Branca, que a operação iria custar entre 80 e 100 bilhões de dólares, incluindo a conquista de Bagdá e a ocupação do Iraque, e dois anos de conflito.

Dez anos depois, em maio de 2013, um estudo denominado The Costs of War, do Instituto Watson de Estudos Internacionais da Universidade Brown - a sétima mais antiga dos Estados Unidos - calculou em quanto havia ficado a conta para os contribuintes: um trilhão e setecentos bilhões de dólares, mais 490 bilhões de dólares em despesas médicas e indenizações e pensões para os veteranos, que, até que essa geração desapareça, podem chegar a 6 trilhões de dólares, nos próximos 40 anos.

A isso, é preciso acrescentar, segundo a organização antiwar.com, cerca de 5.000 soldados norte-americanos mortos e desaparecidos, e um número estimado de 100.000 feridos.

As mortes diretas de iraquianos, ainda segundo o estudo da Brown, foram de 134.000 civis, número que deve ser multiplicado por quatro, considerados os que morreram por ferimentos, enfermidade e fome até agora, principalmente crianças. Somando-se ao número inicial, membros de “forças de segurança”, rebeldes, jornalistas e funcionários de organizações humanitárias, chega-se a um número aproximado de 189.000 vítimas.

Antes da intervenção norte-americana no Iraque, o regime de Saddam e o dos Aiatolás, se vigiavam mutuamente, contribuindo para manter certo equilíbrio de forças na região.

Com a destruição da nação iraquiana, os Estados Unidos – assim como estão fazendo na Ucrânia, na Síria, na Líbia - substituíram um país relativamente estável, sem grandes conflitos internos, no qual conviviam diversas etnias, por um inferno de morte e violência do qual, como sempre, se afastaram, depois, quando a situação piorou, como se não tivessem absolutamente nada a ver com isso.

E tudo isso para que ? Para, depois de tantos anos de uma guerra tão cara como brutal, desumana e inútil, os EUA, absolutamente impotentes, verem  tropas rebeldes sunitas islâmicas - muito mais anti-EUA do que Saddam Hussein jamais foi - tomarem conta do país.

Para, depois, correrem o risco de ter de assistir tropas do Irã - a maior potência política e militar da região – tomarem também a estrada para Bagdá, como pacificadores, entregando o Iraque, de bandeja, para um país que sempre consideraram seu arqui-inimigo naquela região.
 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

UCRÂNIA

Diplomacia russa é o motor do processo de estabilização na Ucrânia


A Rússia continua realizando ativamente consultas com seus parceiros internacionais para encontrar uma solução para a gravíssima crise que colocou a Ucrânia à beira de desaparecer como país.

Por Serguei Duz , na Voz da Rússia


RIA Novosti/Vladimir Pesnya
Serguei Lavrov em maio
O ministro das Relações Exteriores da Rússia Serguei Lavrov discutiu com os dirigentes da Finlândia os possíveis caminhos para a resolução do problema. De Helsinque ele irá viajar diretamente para São Petersburgo, onde estão planejadas reuniões com seus homólogos alemão e polonês.

Na opinião do ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, a fase mais crítica do conflito ucraniano já terá sido, provavelmente, ultrapassada, mas a sua solução ainda estará longe.

Neste momento a Alemanha deposita enormes esperanças na reunião de Lavrov com Steinmeier e com o ministro das Relações Exteriores da Polônia Radoslaw Sikorski. É evidente que essas esperanças também são partilhadas pelas outras capitais europeias. Mais uma vez a diplomacia russa tem na sua mão a chave da estabilidade no continente. Temos de referir que os políticos ocidentais razoáveis partilham muitas das abordagens de Moscou relativamente a esse problema. Já o ponto de vista de Varsóvia é diferente.

O chefe da diplomacia polonesa já se manifestou por diversas vezes contra a posição da Rússia relativamente à crise na Ucrânia. Ele também se pronunciou contra a venda a Moscou dos porta-helicópteros franceses da classe Mistral, que estão sendo construídos por encomenda de Moscou. Sikorski também tinha acrescentado que no seu país devia estar estacionado um maior contingente militar proveniente dos EUA e da Europa.

Contudo, Varsóvia deverá provavelmente acabar por dar ouvidos à opinião de Berlim em como a Europa não está interessada no isolamento da Rússia. Assim, há boas hipóteses de no próximo encontro tripartido os ministros poderem encontrar soluções novas e mais otimistas que as atuais. Também é evidente que até ao fim dessa reunião todas as conversas sobre esse tema terão apenas um caráter hipotético.

Sobre os resultados da visita do ministro Lavrov à Finlândia, porém, onde seus interlocutores foram o chefe da diplomacia finlandesa Erkki Tuomioja e o presidente do país Sauli Niinisto, já podemos falar com um otimismo evidente. Em todo caso, o próprio ministro das Relações Exteriores da Rússia sublinhou numa conversa com jornalistas o caráter construtivo que teve essa visita:

“Quanto à Ucrânia, que foi o tema principal das conversações, apesar de todas as ressalvas, nós temos uma posição comum sobre o denominador comum, que é o comunicado de Genebra de 17 de abril, e o roteiro nele baseado da presidência suíça da OSCE. Esses documentos abrem caminho à regulação, começando pelos passos prioritários para pôr fim à violência, e para a organização de um diálogo ucraniano geral e inclusivo e de uma profunda reforma constitucional tendo em conta os interesses de todas as forças políticas e de todas as regiões da Ucrânia.”

É interessante verificar que alguns peritos propõem, na qualidade de uma das versões possíveis para o futuro pós-crise, a chamada “finlandização” da Ucrânia. Esse termo não é novo. Em resumo, nos tempos da Guerra Fria, ele significava uma política baseada na neutralidade, na renúncia à adesão à OTAN, nas aspirações em ser uma espécie de ponte entre o Oriente e o Ocidente, na adesão completa aos valores ocidentais e respeitando os interesses do seu vizinho a leste.

Apesar de uma série de analistas duvidar da aplicabilidade da experiência política finlandesa à Ucrânia, os partidários desse tipo de evolução dos acontecimentos encontram vários paralelismos. Tanto a Finlândia, como a Ucrânia, representam na sua essência fragmentos de antigos países. Ambos os países têm o problema do bilinguismo, só que os finlandeses já o resolveram há muito tempo: eles têm o finlandês e o sueco como línguas oficiais (apesar de esta última ser a língua nativa de menos de 6% da população).

Essa análise comparativa pode ser continuada. É sintomática a resposta do ministro Lavrov na coletiva de Turku: ele expressou a esperança de a Ucrânia poder vir a ser, não um fator de divisão na Europa, mas uma espécie de ponte, tal como a Finlândia nos anos da Guerra Fria. Na prática essas palavras do ministro Lavrov significam que também Moscou vê as analogias geopolíticas entre a Ucrânia e a Finlândia.

O principal é não obrigar a Ucrânia a se dividir entre o Ocidente e o Oriente. A realidade sociopolítica ucraniana é bastante mais complexa do que parece a Washington e a Bruxelas, que já cometeram um grande número de erros catastróficos na análise da situação, erros que acabaram por provocar uma guerra civil. Os erros devem ser emendados o mais depressa possível, enquanto o desmoronamento do Estado ucraniano não adquiriu um caráter irreversível.

terça-feira, 10 de junho de 2014

VÁ DE RETRO !

A retirada do rei Juan Carlos

Por Mauro Santayana, em seu blog:

A abdicação de Juan Carlos do trono, em favor de Felipe de Astúrias, faz lembrar, de pronto, a tentativa frustrada de golpe de 17 de fevereiro de l977, pelo coronel Enrique Tejero, da Guarda Civil.

Durante muito tempo, pairaram dúvidas sobre o papel do Rei naquela noite, até hoje não de todo esclarecido. O certo é que os golpistas, durante o episódio, falaram como se obedecessem a suas ordens, e que seu nome foi proposto, por eles, para assumir o poder, depois de passar pela eventual aprovação de um plenário cercado por tropas, e sob a mira de um louco, com uma pistola automática na mão.

Com o tempo, passando por histórias de amantes e de caçadas de elefantes, Juan Carlos I estabeleceu uma personalidade cheia de contrastes, e de situações nebulosas.

Sempre teve estreitas relações com os grandes “magnatas” espanhóis e seus negócios na América Latina, em uma época em que a Espanha achava que podia promover arrogante reconquista de seus antigos territórios, esquecendo-se, os espanhóis e seus oligarcas, de que só estavam em situação aparentemente positiva graças a bilhões de euros a fundo perdido da União Européia e a gigantescas dívidas que terão de pagar agora.

A intimidade com o mundo dos negócios, e com gente que enriqueceu rapidamente, na esteira da entrada da Espanha no euro, levaria a família real – que já contava com generosa “renda” e todas as despesas pagas pelo erário – a envolver-se em uma série de escândalos e negociatas.

O genro do Rei, Iñaki Urdangarin, um ex-jogador de handebol – que ocupava cargos em conselhos de várias empresas espanholas, inclusive a Telefónica América Latina, dona da “Vivo” no Brasil – foi acusado de desvio de dinheiro público, por meio de uma organização fundada por ele, aparentemente “sem fins lucrativos”, o Instituto Noos, que prestava – sem os executar – serviços superfaturados para províncias e municípios espanhóis.

Mesmo posando de democrata, em momentos emblemáticos, Juan Carlos não conseguiu esconder sua verdadeira face, profundamente conservadora e neocolonial, quando disse o que queria – e ouviu o que não queria – ao proferir, em reunião de uma das fracassadas cúpulas “íbero-americanas”, para o Presidente Chavez, “porque no te callas?”

Ao abdicar em favor de seu filho, Juan Carlos I abre mão do reinado para salvar uma monarquia contestada.

Um sistema que é o retrato mais forte de uma Espanha anacrônica e cada vez mais irrelevante, que se encontra dividida por polêmicas intestinas dentro de suas próprias fronteiras.

O seu gesto, interesseiramente apresentado, pela mídia conservadora espanhola, como o da renúncia de um nobre cavalheiro, cansado depois de longa caminhada em defesa de seu povo, pode ter o efeito de um tiro saindo pela culatra, e precipitar, como se viu nas manifestações realizadas em toda a Espanha, o fim da monarquia em seu país.

AMÉRICA LATINA

Momento político-eleitoral em países da América Latina aponta mudanças


Adital
A corrida eleitoral transforma um país. Além de servir para promover uma renovação da classe política e para a articulação de vontades entre diferentes posições, também possibilita uma oxigenação da ordem existente e seu pluralismo, contribuindo para a estabilidade, redefinição de contornos e abertura de possibilidades para modificação. A análise é do Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (Celag), no documento "A disputa eleitoral na América Latina 2014”.
O Celag apresenta um mapa das disputas eleitorais em todos os países da região e traça um panorama das principais forças políticas atuantes, os partidos opositores, resultados das últimas eleições e a situação política frente à corrida eleitoral em países onde a votação esteja se aproximando. A análise foca a corrida presidencial. A seguir, destacamos o panorama político-eleitoral de alguns países.
As eleições presidenciais no Chile aconteceram no fim de 2013. Após uma disputa acirrada com oito candidatos Michelle Bachelet retomou a cadeira presidencial em segundo turno, deixando a conservadora Evelyn Matthei, da Aliança País, para trás. O Celag destaca que, atualmente, no mapa político conjuntural chileno as forças políticas da esquerda revolucionária - o Movimento Todos a La Moneda e o Partido Igualdade - estão unidas oficialmente desde 27 de março, no projeto Frente Ampla por uma Assembleia Constituinte autoconvocada, em que propõem derrubar a Constituição pinochetista de 1980 ao invés de construir uma simples Reforma Constitucional. Isto porque durante a ditadura de Augusto Pinochet, em 1980, a Constituição foi mudada de maneira arbitraria e é a que ainda segue vigente.
Na Colômbia, onde está previsto o segundo turno das eleições presidenciais para o próximo dia 15 de junho, a corrida eleitoral pelo mais alto cargo já começou de forma tensa, com a destituição de Gustavo Petro (Partido Verde), prefeito de Bogotá. A decisão gerou forte polêmica e fez com que 60% da população da cidade ficassem contra o presidente Juan Manuel Santos, que acatou a ordem da Procuradoria de destituir e desabilitar Petro. O relatório aponta que o posicionamento de Santos causou um grande impacto na campanha eleitoral. Vale ressaltar que nas eleições presidenciais de 2010, Antanas Mockus, do Partido Verde, era o principal opositor de Santos.
Costa Rica vive um momento político diferente, com a vitória de Luis Guillermo Solís Rivera, do Partido Ação Cidadã (PAC). Ele enfrentou Johnny Araya Monge, do tradicional Partido Liberação Nacional (PLN) no segundo turno e venceu com 94% dos votos. A vitória de Solís Rivera pode apontar para uma caminhada moderada da América Central em direção à esquerda.
Em outubro, o Brasil celebra eleições presidenciais, no entanto, o momento político vem sendo ofuscado pela Copa do Mundo de Futebol, que começará em poucos dias no país. Em 2010, nas últimas eleições, o Partido dos Trabalhadores (PT) conquistou mais quatro anos de governo, elegendo a primeira mulher para o cargo na história brasileira, Dilma Rousseff, fortemente apoiada pelo então presidente Lula. O Celag analisa que o último ano de Dilma foi, sem dúvida, o mais turbulento de sua gestão e o que apresentou maior queda de sua popularidade, mesmo assim, a presidenta ainda aparece como preferida nas pesquisas de intenção de votos.
O clima de instabilidade no país teve início com as manifestações de junho de 2013, motivadas inicialmente pela elevação no preço do transporte público e pelos gastos com a Copa do Mundo. Após as primeiras manifestações, os jovens - principais organizadores das ações - continuaram a sair às ruas para denunciar a repressão policial e a criminalização dos protestos em todo o país. Várias manifestações estão sendo prometidas para repudiar a Copa e os exorbitantes gastos públicos.
A economia também é motivo de preocupação no país, já que houve significativa desaceleração do crescimento se comparado a outros países da região; a tendência inflacionária também é alta, com média de cerca de 6% ao ano; e a falta de chuva ameaça o abastecimento de energia hidrelétrica. Apesar da soma de problemas e de um eleitorado cada vez mais crítico, o Celag analisa que o crédito do PT e de seus sócios se mantém graças à marca de Lula e aos programas sociais que tiraram milhares de pessoas da pobreza nos últimos anos.
Desde o último dia 1º de junho, El Salvador está sob a gestão de Salvador Sánchez Cerén, da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), organismo que foi fundado como um grupo guerrilheiro em 1980, no início da guerra civil no país.
O Celag analisa que esse é um momento histórico para El Salvador e destaca que a FMLN precisará estabelecer políticas e estratégias para reconstruir governabilidade e estabelecer acordos parlamentares, já que seu governo estará constantemente ‘assediado’ pelo Partido Arena. Outro desafio é a desigualdade social e as demandas sociais e econômicas das classes médias urbanas. O FMLN precisará dar atenção a essa camada da população se quiser ampliar sua base eleitoral.
"As direitas políticas, hoje agrupadas – fundamentalmente – no Arena e no Movimento de Unidade, assumirão um movimento pendular. Por um lado, um papel negociador e, por outro, de desgaste e erosão. O que fica por observar é a intensidade dos papeis e qual estratégia primará, assim como que ação realizarão esses partidos frente ao novo governo”, analisa o Celag.
Desde o golpe de Estado sofrido pelo presidente Manuel Zelaya, em 2009, cada período eleitoral vivido em Honduras demonstra as tensões de um sistema político em crise. A eleição presidencial realizada em 2013 foi a segunda após o golpe. O destaque foi a incorporação do Partido Libre (nascido em 2010 como plano político eleitoral dos movimentos e organizações membros da Frente Nacional de Resistência Popular, formada após o golpe) na arena eleitoral. A candidatura de Xiomara Castro, esposa de Zelaya, pelo Libre, representou uma ruptura ao bipartidarismo.
A eleição, que teve ampla participação de funcionários da Embaixada dos Estados Unidos, foi vencida por Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional, que obteve uma vantagem de 8,01% sobre Xiomara. O Libre denunciou fraude eleitoral. Assim, hoje, Honduras continua a viver um clima de instabilidade, com um governo que vem investindo pesado em equipamentos de guerra e reprimindo protestos sociais.
No último dia 04 de maio, se realizaram as eleições presidenciais no Panamáe o resultado que veio das urnas permitiu que um ciclo se fechasse no país, o ciclo do multimilionário Ricardo Martinelli, do partido Mudança Democrática e de sua experiência governamental. Em sua gestão, Martinelli não provocou uma ruptura ideológica com a administração de Martín Torrijos (2004-2009), na verdade produziu uma reafirmação das políticas neoliberais e dos atores que a sustentam. Hoje, a cadeira presidencial é ocupada por Juan Carlos Varela, ex-vice-presidente do país e dirigente do Partido Panamenhista (PPA).
O Celag aponta que um partido neoconservador desbancou outro, sendo assim, apenas troca-se uma modalidade neoconservadora por outra. A colonização e a subordinação do Estado em favor dos empresários - estratégia do presidente Martelli - foi derrotada pela volta a um partido tradicional, que representa - mais além de seus interesses neoconservadores e seus vínculos com empresários - a volta da classe política, aquela que não abandonou o controle territorial e que aproveitou a sociedade com Martelli para crescer politicamente.
Leia o documento na íntegra (em espanhol):http://www.cronicon.net/paginas/edicanter/Ediciones97/Nota11.pdf